"Fechamos os olhos e nos centramos. Vemo-nos como filhos da nossa mãe e do nosso pai. Olhamos-lhes com todo recolhimento, com o olhar de crianças pequenas para seus pais.
Com um amplo olhar, e com um amor incrivelmente profundo.
Sentimos a maior entrega que jamais tenhamos experimentado. Esse era o olhar da nossa mãe e do nosso pai antes que algo fosse colocado no meio.
Voltemos agora para esse primeiro amor.
Olhamos para os pais e vemos detrás os seus pais, e lá atrás os pais dos avós e seus pais, muitos, indefinidamente, até o início.
Através de todas essas gerações a vida flui até nossos pais e, através deles, até nós. É a mesma vida.
Tudo o que é transmitido e recebido está feito perfeitamente. Ninguém pode acrescentar nada. Ninguém pode tirar nada. A vida flui em sua abundância através de todas essas gerações. Para nossa vida não há nenhuma diferença, sejam quais tenham sido os detalhes, se foram bons ou se foram ruins, se fomos queridos ou desprezados. A serviço da vida, todos foram igualmente bons. Assim a vida alcançou minha mãe e meu pai e através da minha mãe e do meu pai chegou para mim.
Agora abrimos nosso coração e nossa alma à abundância da vida, para que nos alcance através da nossa mãe e do nosso pai. Dizemos-lhes: “Obrigado. Tomo tudo de vocês, ao seu preço completo, ao que lhe custou e que a mim me custa. Seguro tudo firmemente em sua honra. E entrego-me a sua abundância que, pelas circunstâncias, eu também sei e tenho permissão de transmitir.”.
Então, nos apoiamos em nossos pais dos quais tomamos totalmente a vida. Olhamos para frente e depois a damos, como sempre, para muitas gerações que chegaram depois.
E se não tivermos filhos, a daremos estando a serviço de outra maneira.
A vida flui através de nós e continua depois de nós. Estamos profundamente vinculados com ela. E assim a vida flui, como o amor."
Meditação de Bert Hellinger.