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Empatia sistêmica e falsa compaixão

Nos cursos de formação psicoterapêutica assim como na formação de trabalhadores sociais coloca-se muito ênfase na prática da empatia, da compaixão para o cliente. Que acontece quando vemos terapeutas sentindo empatia com seus clientes? Como se comportam? Que fazem com o cliente? Transformam-no em criança e eles em pai e mãe.

Assim que esta forma de empatia for produzida, o cliente ficará impedido de atuar. Evidentemente, o terapeuta sente-se melhor com isto. Consume-lhe a energia vital e alimenta-se com ela, como se fosse um vampiro. É o lado escuro da empatia. Evidentemente o cliente faz o mesmo com o terapeuta. Consomem-se mutuamente. Terei dito-o de um jeito muito grosso?

Consegui observar isto aqui. Alguns, depois que eu trabalhei com um cliente, precipitaram-se com dita empatia. Que fizeram com as almas dos clientes e com eles como pessoas? Menosprezara-os. Isto é uma forma da empatia. E se a comparamos com o que eu fiz com eles? Valorei-os na medida em que os confrontei com as consequências dos seus comportamentos. Sentia também empatia. Mas com quem? Com as vítimas. Aqueles que se precipitaram não sentiam compaixão para as vítimas. Não perceberam isto.

No trabalho que fazemos precisamos de empatia sistêmica. Isto é, tomo toda a família no meu coração. Desta forma consigo sentir rapidamente quem precisa minha empatia. Esta manhã, quando a mãe veio a mim pelo seu filho, com quem senti empatia? Não com ela. Com o filho. E por este mesma motivo, ela conseguiu trabalhar.

A empatia sistêmica dirige-se principalmente para quem está excluído ou é vítima. Para quem tem que carregar algo que não lhe corresponde. Esta empatia, geralmente, movimenta-se na escuridão, em busca do supostamente “ruim”. Isto o tomo em meu coração. E posteriormente chegará a força.
Na última constelação aqui, com quem senti empatia? Com a terapeuta, claro. Ela era a vítima.

Isto transforma certos aspectos da psicoterapia e coloca-os de cabeça para baixo. A pessoa pode ver o que se causa com a empatia cômoda. Com olhar unicamente para o cliente, isto é fácil. Porém apresentar tudo exige força e, ás vezes, um pouco de humor.

Reflexões extraídas do curso para pacientes psicóticos,
Palma de Mallorca, 2002.

Bert Hellinger



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