A Energia e os Emaranhamentos sistêmicos.
A energia não desaparece, ela precisa ser colocada novamente em fluxo para haver o equilíbrio. Isso é física quântica.
A consciência não desaparece pois, em tese, tudo o que existe na Vida é energia.
E como os seres evoluem? Experimentando a mesma energia, fazendo diferente, de maneira mais sobrevivente para o seu grupo e assim isto fará parte da consciência deste indivíduo e da sua espécie. Isso é biologia, evolução da espécie.
E porque é dado à próxima geração a responsabilidade da evolução? Porque é o novo que pode experimentar as infinitas possibilidades, a partir do que já se tem (do antigo), olhando para frente. Somente os mais novos podem evoluir e resolver os problemas que ficaram pendentes.
Problemas familiares que foram insuportáveis naquele momento, e assim não puderam ser resolvidos, ficam pendentes, aguardando, no sistema, alguém com suficiente disposição e entendimento para poder resolve-los.
Mortes, assassinatos, roubos, falências, estupros, adultérios, filhos fora do casamento, amores não correspondidos, exclusões por desentendimentos, muitas vezes infantis.... Quem poderia resolver tudo isso, no calor das emoções? Ninguém!
Somente o Amor e o Tempo podem resolver esses emaranhamentos.
O amor é compreensível que resolva, mas... qual o papel do tempo? Não falo do tempo dos homens, que deseja controlar tudo. Eu falo do tempo da Vida! Somente a Vida (que poderemos chamar de força maior, Deus, etc...) é dona desse tempo. Esse tempo anda lado a lado com a consciência do sistema (família) e percebe o momento "melhor" para que o mesmo assunto retorne, ou então, que o mesmo assunto que "assola" a família por gerações, possa ser então devidamente resolvido.
E como isso se resolve? Através das Ordens do Amor que são:
Pertencimento: Tudo e todos que um dia fizeram parte possuem o direito de pertencer, e toda a exclusão exige uma compensação.
Hierarquia: Quem veio antes tem precedência (grau de importância), e quem veio depois tem prioridade (grau de necessidade). E isto se estabelece por dois caminhos, Ordem e Função.
Equilíbrio: O que está dentro precisa estar compatível com o que está fora. Aqui as duas palavras que regem esta lei são Tomar e Dar.
A pessoa nasce em uma família, então emaranha-se com a sua história. A história da família já está escrita, a sua ainda não. Compete aos novos do sistema escreverem a história de sua família a partir deles.
Massss........ parece uma grande injustiça!
Só que não!
Foi graças aos esforços de seus ancestrais que a família continuou viva, dando a este ser a possibilidade de agora nascer, muitas vezes em condições melhores que seus ancestrais. Este novo ser tem mais possibilidades de mudar a história desta família, intricada nos emaranhamentos que vieram junto com a vida que recebeu, com esta possibilidade de poder estar neste mundo, de viver. E ele sente que isto custa muito.
Para a criança que acaba de nascer, isso é TUDO! Ela fica muito grata aos seus pais por isso, pela possibilidade de nascer e viver.
E o que acontece? Muitas destas crianças colocam-se a serviço deste sistema familiar, e por amor (infantil) emaranha-se aos problemas da sua família, buscando salvá-la. E de que maneira faz isso? Oferecendo a sua dedicação e as vezes a sua própria vida.
Assim vive rodeada de problemas que não são seus, de destinos que não são seus e de dividas que não são suas.
Mas aceita isso por amor, um amor que chamamos na visão sistema de "Amor que adoece". Ocorrem também as lealdades a seus ancestrais. Não sabendo fazer diferente, repete os mesmos destinos de seus pais, tios, avós ou de familiares que não puderam vir à vida (abortos).
Emaranham-se energeticamente aos destinos daquele que veio antes, desejando "servir" à esta família que lhe deu acolhimento e vida.
Um ancestral, avô ou avó, que teve um destino cruel e este destino "não foi resolvido" fica gravado energeticamente na consciência desta família, exigindo compensação. E ela acontecerá em seus descendentes.
E assim os descendentes são compelidos a exercerem a função de "mediadores" dos destinos de sua família, "atraídos" pelo "vazio" que esses distúrbios familiares causam no sistema familiar.
Se os descendentes não souberem que isto acontece, acabam sugados para esses "vazios sistêmicos", preenchendo-os através da repetição, acreditando que a vida é assim. É dessa maneira que acontecem as "maldições familiares", como muitos morrerem da mesma doença, no mesmo tempo de vida, ou mantendo padrões de destinos difíceis, problemas financeiros, etc...
Tudo emana do sistema familiar. Esse sistema familiar "desajustado" cria para todos na família os mesmos destinos, por repetição, usando como base a lei da atração. Não tem como sair disto sem trazer, para esse mesmo sistema, a compensação necessária.
E isso não quer dizer "pagar todos os pecados" dos meus ancestrais. Existe meios muito mais fáceis do que isto.
A compensação sistêmica exige o mesmo caminho que se emaranhou. E de que maneira? Através das Ordens do Amor.
Aquilo ou aquele que foi excluído é necessário a inclusão, com o seu lugar e direitos. E assim este ancestral conecta-se novamente com a sua fonte de origem (o sistema familiar), reintegra-se e passa a "emanar" energias com equilíbrio. E o sistema se compensa. Não é necessário mais os descendentes reviverem o mesmo destino para que isso seja olhado.
Aquilo que está fora de ordem (e assim fica fraco) volta ao seu lugar original, e pode equilibrar-se com o seu sistema novamente, recebendo toda a sua força.
Aquilo que estava "descompensado", torna-se equilibrado novamente, atuando de maneira positiva no seu sistema e na Vida.
Ainda tomando a física quântica como exemplo, um Sistema (família) é uma "Onda" de consciência composta por diversas consciências (ancestrais e descendentes) interligadas, agindo mutualmente para o equilíbrio e manutenção deste grupo. Uma consciência individual não consegue viver sem a influência da grande consciência do seu sistema, que a influencia a todo momento.
O movimento de cura para cada pessoa deste sistema é olhar para o “todo”, o seu sistema familiar, através da Visão Sistêmica, e fazer as compensações necessárias, dentro das ordens do amor, trazendo integração, ordem e equilíbrio ao todo, por meio daquele que está a serviço do seu sistema, e que faz uma constelação familiar por causa de um problema próprio, mas que acaba olhando para os emaranhamentos do seu sistema e deseja, do fundo do coração, trazer paz a si e para os seus semelhantes.
Por isso, uma constelação familiar é um ato de amor quando a pessoa decide, de maneira sincera, servir o seu sistema familiar e à sua própria vida, através do mais profundo Amor....
Donato Dimarzio - Autor.