Ser Terapeuta é tão simples. Será?

Ser Terapeuta é tão simples.

Será?

Ouvi essa frase dias atrás, mas fazer o que você faz é tão simples. Ouve o cliente, diz algumas palavras e por fim sessão encerrada. É evidente que ouvi isso de alguém que desconhece totalmente o meu trabalho, ou seja, não é meu cliente, mas o que essa pessoa quis dizer foi de uma forma genérica, talvez essa seja a visão de muitas pessoas que desconhecem as terapias!

Não amados, não existe simplicidade, na verdade é até bem complexo!

Ouvir sem julgar, receber centenas de vítimas (mas será que são tão vítimas?), ter que trabalhar com as culpas, nunca ter ouvido falar em amor próprio, lidar com traumas de infância, com memórias de dor, onde está mesmo a simplicidade?? Talvez em quem ainda não entendeu a essência do trabalho, mas a mim não resta julgamentos ou culpados, afinal, tudo é como é! E como explicar isso ao cliente: tudo é como é, de uma forma simples. Isso é impossível!

Acolher com amor, as vezes ser visto como pai, como mãe, como a luz no final do túnel, mas às vezes ser vista como ruim, má, exagerada... Tudo faz parte! A essência do terapeuta está no ouvir sem julgar, no atuar mas não se envolver, não é opinião própria é respeitar o compreender o sistema do cliente, é incluir quem foi excluído, é mostrar que existiu amor até mesmo nas batalhas mais difíceis de serem apenas vistas, imagine acolhidas ou respeitadas.

É desafiador, é emocionante... É descobrir e ser descoberto, é ver a sujeira debaixo do tapete, aquele tapete deixado há anos sem ser tocado, é ter que abraçar o tapete, é ter que reverenciar o tapete, é agradecer. Mas eu não quero nem olhar para isso... Está tudo bem! Não há imposições, obrigações, não há comando, lembre-se tudo é como tem que ser. No seu tempo, no tempo da mudança você mudará de opinião, você vai querer conhecer, compreender, agradecer e ressignificar!

Pareceu algo fácil por aí? É assim mesmo! Ser terapeuta é muitas das vezes apenas ser.